Km 32: Trânsito atrapalha a vida das pessoas

NOVA IGUAÇU - O bairro KM 32, localizado em Nova Iguaçu, é uma das portas de entrada do município. Além de fazer limite com a cidade de R...

NOVA IGUAÇU - O bairro KM 32, localizado em Nova Iguaçu, é uma das portas de entrada do município. Além de fazer limite com a cidade de Rio Janeiro, o 32 é rota para quem chega ou sai de Nova Iguaçu em direção a Zona Oeste do Rio e para quem segue de Seropédica. O local é carente de atenção governamental. Além da ausência de investimentos nas áreas de pavimentação, saneamento, educação, saúde e segurança, o trânsito, é motivo de transtorno para quem precisa se locomover pelo bairro.Assim como no centro da cidade, que nas horas de rush, fica com o trânsito de veículos completamente congestionado, o 32 registra horas intermináveis de engarrafamento, mas, com um agravante: o ‘anda e para’ dura o dia todo. Das 4h da manhã às 11 da noite, todos os dias, inclusive em alguns fins de semana, a Estrada Rio-São Paulo, principal via do bairro, está sempre congestionada.
"Todo dia perco aqui duas horas. Um hora para ir para o trabalho e uma hora, pelo menos, para voltar para casa. Quando faço o trajeto domingo, por exemplo, só levo 10 minutos. É muito tempo perdido", desabafou o motorista, Cláudio da Silva Alves, que mora no 32 e trabalha em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Pelo bairro a circulação de ônibus, vans, carros de passeio e de carretas é intensa. Esta última, os moradores atribuem como uma das principais causas para os intermináveis engarrafamentos e a buraqueira no asfalto. Veículos de grande porte utilizam a via como rota de passagem para as cidades de Seropédica e Itaguaí, que reúnem diversas indústrias. E também, como elo de ligação destas com a Avenida Brasil.
"Acho que o asfalto aqui não é preparado para suportar tanto peso. Os caminhões carregados passam aqui o tempo todo e o asfalto só vai quebrando. Além disso, as caretas passam com a velocidade reduzida. Aí só vai somando lentidão, asfalto quebrado. Quem sofre é a gente que mora aqui, que para sair de casa e ir ao mercado demora 40 minutos a mais. No dia que chove é pior ainda. A rua vira uma piscina, a gente tem que andar devagar porque não dá pra ver onde tem buraco", analisou Roberto Souza.
O problema ainda causa atrasos na circulação de ônibus, conforme conta um motorista, que preferiu não se identificar. "Com o engarrafamento moderado já gasto 40 minutos a mais em cada viagem. No fim do dia, posso contar mais de 1 hora extra. Mas, quando tá ruim mesmo, só do viaduto Oscar Brito até o fiscal levo mais de 1 hora. Vai somando isso. Esse trânsito daqui só atrapalha e atrasa a minha vida, a da empresa e dos passageiros. Se chover então, esquece...".

Problemas geram ‘bronca popular’
A população local, revoltada com a situação, já fez até manifestações visando o fim do engarrafamento. Eles pedem a garantia de transitar pelo trecho sem ter que perder tempo no congestionamento e reclamam da ausência de projetos para melhorar a situação. De acordo com os manifestantes, também é preciso acabar com os buracos do asfalto que tem na via e colocar sinalização para pedestres.
Veja o desabafo de um manifestante. "Não importa o horário, o km 32 da Antiga Estrada Rio-SP no trecho que pertence a Nova Iguaçu representa um irritante gargalo no trânsito, trata-se de um congestionamento crônico. Não há viaduto no cruzamento após a Estação Guandu, há uma quantidade ridícula de quebras molas na estrada e os pedestres forçam a travessia, causando riscos de acidentes porque simplesmente não há uma passagem subterrânea ou passarela para eles. A prefeitura de Nova Iguaçu tem que se juntar com a prefeitura de Seropédica e do Rio para atuar na recuperação, modernização e duplicação da Antiga Estrada Rio-SP".
Recentemente a prefeitura anunciou melhorias na área, através de investimentos liberados para o projeto Pró-Cidades do Governo do Estado, mas, enquanto as soluções não chegam o tormento permanece. "Isso aqui é mais do que horroroso. É um absurdo. É tempo perdido, dinheiro perdido. Mas, tenho a esperança que um dia melhore. Como uma das portas de entrada de Nova Iguaçu pode ficar deste jeito? Alguém ter que resolver", finalizou Luzinete Gomes.

Prefeitura promete providências

Em resposta aos moradores do KM 32, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos informou que irá encaminhar, na próxima semana, uma equipe técnica para avaliar a situação do local e tomar futuras providências.
A Emlurb disse que as coletas estão regularizadas, mas também irá encaminhar uma equipe ao local para que, caso haja alguma irregularidade, seja resolvida imediatamente.
O trecho descrito na reclamação não é a Av. Abílio Augusto Távora e sim a BR 465. Por se tratar de uma rodovia federal, o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, está tentando uma parceria com o governo federal para resolver o problema da mobilidade urbana, melhorando o trânsito e a travessia de pedestres.
“A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu herdou uma rede básica de saúde destruída e abandonada. Toda a rede de Atenção Básica do município está sendo restaurada. No Km 32 temos o PSF Santa Clara do Guandu, PSF São Francisco de Paula, PSF Três Henriques que estão realizando o devido atendimento à população. Para melhorar o atendimento na localidade, A Unidade Mista Patrícia Marinho será demolida para dar lugar a um espaço totalmente renovado e voltará a funcionar 24h”, diz a nota.

Via Jornal Hoje

Por Alexandra Boechat

Foto: Marcos Antonio Oliveira